Aparentemente temos um dos melhores discos de 2012 já em mãos.
Já cansei de exaltar o Sr. Lucas Santtana, sem discussões um dos melhores artistas da safra atual da música brasileira, toda essa babação de ovo pra dizer que óbviamente o cara acertou na mão novamente e está com um album que mistura todas as melhores facetas dos seus lançamentos anteriores, do pop ao minimalista funcionando como um album de reflexão sobre a trajetória de Santtana, enfim bom pra caralho ouça logo o album aí embaixo e depois baixe-o e seja feliz.
Apollo, o Deus grego que trazia e levava embora o Sol na sua carruagem, patrono da música e da poesia, foi usado como inspiração para o projeto espacial mais famoso de todo os tempos o projeto Apollo que com sucesso fez dois americanos pisarem na lua, mas esse Deus grego aparentemente também inspirou a alcunha desse produtor brasileiro um pioneiro da chamada “nova MPB” que resgata ritmos clássicos e os trazem para a degustação das novas gerações.
Após o lendário são paulo confessions do finado Suba, uma nova onda de experimentação musical pipocou no Brasil, sendo um dos seus primeiros frutos esse album de 2005/2006 cheio de participações especiais como a já ilustre CéU, o agora “bacana” Seu Jorge, Fred 04 do Mundo Livre S/A e Pupilo da Nação Zumbi. Com esse elenco é difícil fazer um trabalho ruim, mas Apollo é quem dá o tom ao trabalho.
Com uma preferência de utilizar sons mais sofisticados, relaxantes, com aquela levada que hora lembra o jazz, hora a bossa e na parte eletrônica o downbeat do trip-hop e da ambient music criando uma obra única, que não tem espaço nas rádios atuais, mas mostra que há um bom tempo existe inovação no meio musical brasileiro, mas a necessidade da rentabilidade torna esses sons marginalizados do grande público, a internet está aí, para se não combater essa tendência emburrecedora da música, pelo menos para dar voz a alternativa.
Os french posts aqui no ventiladores é uma constatação da qualidade da música francesa, ô paisinho criativo, mas na verdade o lugar funciona mais como uma mecca para gente querendo tranformar sua criatividade em música, porque muitas das vezes esse pessoal não é nem francês de nascença mas encontra lá a razão de se fazer música. Então corrigindo não é um paisinho criativo, mas é um país promotor da cultura daí surgem coletivos como o Chinese Man.
Um quarto Cantonês, dois terços Manchou o “Chinese Man” aparentemente originário das montanhas Wu Tang, não muito longe de Marselha, França resolveu enviar seus discípulos para espalhar o espiríto Zen ao redor do mundo com samples antigos e bass supersônico!
Assim Sly, Zé Mateo (Sim brazuca!) e High Ku deixaram seu mestre prontos para encarar a missão que lhes foi confiada. Misturando Hip Hop old school,samples orientais , funk carioca, reggae e psicodelia lançaram alguns eps e resolveram expandir o rolê, uniram-se a outros produtores e lançaram um selo chamado Chinese Man Records e viraram um verdadeiro exército. Com a ajuda de gente competente pra administrar o selo, os 3 guerreiros puderam se dedicar a espalhar o espírito Zen em festas insanas por toda a europa, na companhia de djs como RJD2 e Sharon Jones.
Destaques para: Saudade / Racing With The Sun / Miss Chang
Você está se sentindo com sorte? eu estou, enquanto digito esses códigos em forma de letras, ouço uma das canções de trip-hop definitivas, e ironicamente uma faixa extremamente longa chama-se Again, ecos de pink floyd e massive attack estão por todas as partes então aperte o cinto porque você está prestes a entrar numa good trip.
Archive é um coletivo musical que já passou por muitas fases diferentes, assim fica meio difícil de definir a banda. Cronologicamente ela começou essencialmente como um massive attack wannabe com elementos de rap e evoluiu para uma sonoridade bem avant-garde com elementos de música baroca, mas com a saída de alguns membros ela resolveu incorporar elementos de rock psicodélico e batidas eletrônicas criando um som que vai mais pra ares a lá radiohead .
Depois de uma extensa ouvida na discografia desses londrinos malucos, resolvi compartilhar o You All Look The Same To Me terceiro album do coletivo e o primeiro com o vocalista Craig Walker e marca a transição entre o trip hop e o som mais rock e psicodélico. Não é o album mais fácil deles, mas é o que na minha opinião tem um som mais consistente ao longo do album, ele abre com a fantástica Again (de novo) e mantém o nível até o final do album com canções bem carregadas de emoção, uma verdadeira experiência ouvir esse album com calma e se você curtiu, não pare por aí recomendo ouvir os outros discos que são muito bons também.
Esse post eu estava guardando na manga, mas como recentemente eles lançaram um novo album vou então aproveitar pra falar deles.
A banda na verdade começou como um soundsytem, termo que atualmente significa muita coisa, mas seria um agrupamento de pessoas pra fazer sons relacionados a cultura jamaicana principalmente, mas acabou sendo absorvida pelo hip hop e outros estilos considerados do gueto.
Mas como todo grupo britânico de música eletrônica, os caras pegam pesado no mashup de sons, não ajuda (ou ajuda) o fato que seus integrantes são descendentes de culturas bem diferentes tipo bengala e cingapura.
Deu pra entender o Asian no nome né? mas as músicas são praticamente todas cantadas em inglês, mas temos suas excessões como a 19 Rebellions do album enemy of states cantada em parte em português, que conta a história da rebelião do carandiru e uma rebelião organizada em 19 presidios simultaneamente em 2001, alguns de vocês até lembram disso, eles ainda criticam o sistema penitenciário e a fraqueza do governo brasileiro. Incitando o povo a se rebelar, afinal se um bando de presos conseguem, porque a população não conseguiria desestabilizar o governo?
O som deles adora cutucar feridas, falam sobre tudo: racismo, religião, governantes, movimentos politicos, pobreza, enfim o pacote completo da escória do nosso planetinha azul.
Mas o que adianta falar tanta coisa relevante se o resultado sonoro não for bom? vira propaganda como aquelas musiquinhas de eleição, o Asian Dub Foundation passa longe disso. Eles sabem misturar rap, rock, drum’ bass, dub, reggae, trip hop, a lista é extensa e empolgante.
Eu poderia passar uma tarde inteira só explicando as músicas deles, mas recomendo que você investigue por si próprio, é o tipo de banda que pode te entreter por muito tempo, escute em alto e bom som para melhor deleite do album.