Gary Clark Jr – Bright Lights

Pra tirar a uruca do excesso de marchinhas de carnaval dos ouvidos, nada melhor que um banho de blues rock da melhor qualidade, feito por quem entende e aprendeu com os melhores, ladies, gentleman and ventilados, apresento-lhes Gary Clark Jr.

Esse jovem texano passou grande parte da sua vida aguardando por esse momento de estourar, afinal, todos que observavam o moleque tocando sabiam do talento dele. Uma voz invejável, técnica e habilidade com a guitarra de por no chinelo muito guitar hero por aí e um conhecimento dos grandes mestres do blues.

Suas melodias ainda tem influências de R&B, soul e hip hop e casam perfeitamente com sua voz a lá Curtis Mayfield, fazendo seu trabalho ao mesmo tempo ser clássico como um album do Jimi Hendrix ou do Clapton e renovar um gênero que anda morto pelo dogmatismo de seus fãs como não canso de falar aqui, viva o novo! viva o ROCK dos anos 10.

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Kasabian – Velociraptor!

Kasabian é um caso curioso da prolífica cena alternativa britânica, estão já há um tempão na estrada, tem uns 3 albums muito bons e uma base de fãs sólida, mas nunca estouraram de verdade para o grande público, ficando na sombra de outras bandas como o Arctic Monkeys, Franz Ferdinand e o Kaiser Chiefs. Isso se explica principalmente por terem começado como uma banda que experimentava bastante, mas temos uma obrigação aqui no ventiladores de corrigir esses “desvios” e mostrar o trabalho de bandas boas.

O Kasabian soube misturar influências diferentes para alcançar novos ares da música, mas sempre mantendo um dos pés firmes no rock, a partir disso eles misturam eletrônica, synth pop, psicodelia e até hip-hop, que resultam numa estética que agrada tanto a pista de dança, quanto o som do seu computador.

Com seu último lançamento Velociraptor! eles abandonaram um pouco o experimentalismo e partiram pra um album com canções bem radiofônicas, mas sem perder a qualidade, algo que parece cada vez mais impossível devido aos artistas “capa de revista teen” que apelam pra repetição infinita de sons grudentos.  O Kasabian mostra como fazer um album agradável e viciante, bem diferente do que se costumar ouvir e ao mesmo tempo acessível para o ouvinte descompromissado.

A estrutura das músicas é o prato principal do album, você vai ouvindo a canção que vai construindo um desenvolvimento familiar aos ouvidos, que provavelmente vai alcançar um clímax no refrão; você pensa com seus botões, mas então a canção te pega de surpresa e te leva a uma outra direção inesperada, que contenta mais do que se a estrutura tradicional tivesse sido mantida, aí que está o charme do Kasabian, você acha que entendeu a pegada e eles te aplicam uma nova forma de completar a canção que você não teria pensado inicialmente.

Fica a dica de um album que passou despercebido em 2011 mas é altamente recomendável.

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Unknown Mortal Orchestra – Unknown Mortal Orchestra

Reescrevi mentalmente esse post umas 3 vezes, como não tive tempo de escrever de primeira minha idéia de texto fugiu e não vou conseguir ficar satisfeito com nada que eu escrever aqui, mas como eu quero postar a banda vou escrever um parágrafo de bobagens sobre minhas impressões da banda e vocês se atenham a ouvi-lá por que…. bom por que a intenção desses textos é apresentar bandas legais pra você ouvir.

Pegue a estética futurista do anos 70 mas aquela parte bem trash do “coisas aliens futuristas são todas prateadas e fazem barulinhos metálicos/eletrônicos legais” coloque vocais que não dizem muita coisa mas que combinam com os riffs da guitarra, imite o desleixo proposital do proto-punk do stooges mas com a intenção de soar ainda mais “cool”, aliás coloque modelos nos seus clipes fazendo coisas “cool” enquanto no fundo toca o som psicodélico lo-fi mais legal do ano de 2011, ISSO é Unknown Mortal Orchestra, uma banda fingindo ser uma banda imaginária dentro de um sonho do vocalista neozelandês Ruban Nielson, doido né? muito doido.

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Black Keys – El Camino

Hola, ¿Cómo está cabrón? Estoy escuchando rock n roll verdadero ese género que es cada vez más raros

Mas graças a alguns esforços conjuntos temos ainda rock e de muita qualidade, entretanto parece que o rock virou trabalho de artesão, uma forte demanda com uma oferta de uma meia dúzia de carpinteiros pra agradar essa multidão carente de rock, que tem que cada vez mais olhar pra trás porque o futuro parece cada vez mais sombrio para os adores do ritmo do little richard.

O power duo mais foda do planeta (foi mal ae White Stripes) ataca novamente depois do musicorgásmico >Brothers com um album mais rápido, mais cru e consequentemente mais rock’nroll. Isso seria um sinal que eles voltaram ao som original de rock de garagem baseado no blues não? na verdade sinto que eles abriram mais os braços para o country e o grassblues e parece que estão de caso com o R&B, com a inclusão de backing vocals femininos em várias faixas pra acompanhar o vocalista lonely boy dan auerbach.

O dedo de Danger Mouse continua lá, dessa vez ele pegou a experiência de ter feito um album baseado em filmes westerns, inspirado especialmente no Ennio Morriccone e espalhou um pouco disso por todo o album, algumas faixas como Dead and Gone e Mind Eraser parecem prontas pra entrar num Bang Bang dirigido por Tarantino ou ainda com o clima mexicano de Robert Rodriguez.

Eu podia ficar a tarde inteira elogiando esse album, como é bom ele ter sido lançado ainda nesse ano moroso de lançamentos mais mainstream, como o strokes decepcionou, como o red hot decepcionou, como o Beady Eye é vergonhoso e como o Suck And See It do arctic monkeys é no máximo legalzinho fico então com El Camino do Black Keys e Wasting Light Do Foo Fighters.

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Mayer Hawthorne – How Do You Do

Nada me alegra mais do que ouvir um album com um acabamento “superior”, gosto de albuns de soul/funk/ R&B por isso, são estilos que primam pela clareza do som e nesse revival do som da Motown, Mayer Hawthorne é um dos que conseguiram se destacar.

Com seu album de estréia A Strange Arrangement, Mayer mostrou que é capaz de reproduzir os grandes monstros sagrados da época de ouro da Motown, mas com esse segundo album ele mostra como seu som é muito mais abrangente do que apenas uma sessão nostalgia e que ele tem o que acrescentar a esses gêneros tão consagrados na memória da cultura ocidental.

Pra começar Mayer é um cantor acima da média, muito afinado e perfecionista nas suas reproduções, seu timbre “limpo” de garoto da califórnia dos anos 60 permite  a ele cantar em falsete por tempo indeterminado, mesmo  sem nunca ter tido nenhuma formação técnica e ainda por cima tocar vários instrumentos. Melhor dizer  logo que ele nunca teve intenção em se tornar um músico profissional apesar do amor que tinha em tocar e criar composições.

Quando finalmente resolveu mostrar suas músicas para o produtor e fundador do selo “Stone Throw Records” Peanut Butter Wolf com apenas duas faixas ouvidas ele já queria contratar esse desconhecido chamado Andrew Mayer Cohen. Wolf se lembra de ouvir duas faixas e perguntado se ele tinha reeditado alguma faixa antiga com sua voz e Andrew respondeu que ele tinha  cantado e tocado todos os instrumentos das músicas impressionando o produtor na hora. Pois é sei que é difícil de acreditar de tão perfeitinha a sorte do homem.

Esse album mostra todo a versatilidade de Mayer e sua capacidade de criar canções memoráveis, na segunda audição já me recordava de alguns “hits” instantâneos como “The Walk”, a melodia de “Hooked” e a bateria de “No Strings” uma excelente pedida pra quem gosta do estilo e para os que simplesmente querem ouvir uma música boa pra se distrair, veja o clipe engraçadinho estilo sr e sra smith pra você ver como é viciante o som do cara.

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